Co-autor de 'É proibido fumar' reclama de lei

25/09/09 - 08h00 - Atualizado em 25/09/09 - 08h09
Lígia Nogueira do G1, em São Paulo


Autor do hit 'É proibido fumar' fala sobre o álbum 'Rock 'n' roll'.Livro de memórias 'Minha fama de mau' sai no final de outubro.
Erasmo Carlos lança o disco 'Rock 'n' roll'. (Foto: Divulgação)


De volta aos palcos para a primeira turnê pelo Brasil em cinco anos, com início nesta sexta (25) no Rio de Janeiro, Erasmo Carlos vem cheio de novidades: além do disco “Rock ‘n’ roll”, ele lança no final de outubro o livro de memórias “Minha fama de mau”, pela editora Objetiva. Aos 68 anos, o Tremendão critica o culto às celebridades, diz que a lei antifumo o faz querer ficar em casa e rejeita o rótulo de pai do rock brasileiro. “Embora sempre tivesse gravado rock ‘n’ roll, como eu sou brasileiro, tenho outras influências também. Então sempre estou metido na MPB, trabalhando com Marisa Monte, Simone, Maria Bethânia. Eu já estava com saudades de fazer só rock ‘n’ roll e os fãs também me cobram muito essa coisa da guitarra”, diz o músico, que faz uma ode ao instrumento na canção “A guitarra é uma mulher”, em parceria com Chico Amaral. “Se eu sou o verdadeiro pai do rock brasileiro? Acho isso uma besteira muito grande. São rótulos que as pessoas botam carinhosamente. Uns acham que é o Raul, outros acham que sou eu. Te garanto que o artista não está preocupado com essas coisas. Bem fez a Rita Lee, que para evitar esse negócio de ‘mãe do rock’, foi logo dizendo que era a madrasta. Ela fugiu da polêmica e assumiu uma posição com humor. Então eu sou também o padrasto”, diz Erasmo, com seu bom humor habitual. As sacadas divertidas transbordam das letras de “Rock ‘n’ roll”, geralmente com algum fundo crítico. Na faixa “Cover”, por exemplo, o músico fala sobre “a submissão às coisas que vêm de fora”. “Gostaria que olhassem mais as coisas daqui. Fico pasmo de ver o espaço que dão para a Susan Boyle, que saiu no mundo inteiro, tudo o que ela fazia era notícia. Isso aí é uma 'baba-ovice' tremenda pra mim. Tem muita gente mais consistente no Brasil que não tem espaço na mídia. E a Paris Hilton? Para mim, ela é um sobrenome, uma mulher bonitinha. Eu olho para ela e vejo um hotel, com os braços abertos para receber hóspedes.” Os famosos, aliás, são tema de “Celebridade”, música em parceria com a atriz Patrícia Travassos, mulher de Liminha, produtor do álbum, cuja letra diz: “Se ela vacilar na mídia / Vai acabar dançando o créu”. Erasmo explica: “Eles foram à praia um dia e se inspiraram nas gostosas para compor.” Já “Olhar de mangá” é uma homenagem rasgada às mulheres. Na letra, o autor reúne mais de 50 nomes, de Vera Fischer a Marge Simpson. “Pensei no olhar feminino, que é um olhar brabo. Não é um encontro do dia-a-dia não, eu falo da coisa séria. Os grandes ditadores, deuses do mundo que tinham uma mulher do lado, a importância dela nas grandes decisões, de assuntos assim acaba saindo uma coisa bem humorada. Antes de ver o peito e a bunda, o homem vê o olhar da mulher. É um olhar de escravidão no ato. Aí ele já fica derretido e pronto, ela dá o bote.” Morador da Barra, no Rio de Janeiro, há 15 anos, o Tremendão - autor do lendário hit "É proibido fumar" em parceria com Roberto Carlos - diz que a lei antifumo afetou sua vida. “Jantar fora, agora, é muito mais difícil”, diz. “Gosto de fumar meu cigarrinho com um vinho, um café. Esse prazer eu não tenho mais, então eu não vou. Prefiro não ir e fumar na minha casa, que eu fumo pra caramba, e ninguém me diz nada. Prefiro trazer o restaurante para cá.”
* A postagem desta matéria não tem o intuito de abordar a discussão sobre a lei antifumo, e sim contar as novidades da carreira do artista.

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